... o estágio acabou e parece que o ano passou a correr.
Para trás fica uma recepção num anfiteatro cheio e alguém a dizer 'este ano vai doer, esqueçam a família, esqueçam as horas de sono' (ora pois, então não é que se confirmou?!). Para a frente continuam as incertezas, as dúvidas sobre como se desenvolverão os concursos e a questão de este esforço ter serviço para alguma coisa ou não.
À posteriori é sempre mais fácil de planear o que teríamos feito se apenas agora comecássemos e há sempre coisas que me deixam a pensar. Sou assim, pronto e nem me irrito em ser deste modo no que a estas coisas diz respeito. Não é uma posição de inveja já que, se voltasse atrás não o faria, mas continua a fazer-me confusão como outros não têm problema em o fazer (já explico...).
Ontem soubemos a nota da 3ª disciplina, fruto de um trabalho aborrecido (resumir uma enooooooorme colectânea de textos, apresentar um comentário crítico e mais um comentário a um livro ou a um artigo).
Qual meninos da primária (condizentes com o modo como ela nos trata) lá rumámos às 11 da manhã, ao gabinete da Srª Profª Drª, penteadinhos e aprumadinhos.
Ah, pois, de gabinete! E é preciso tocar à campaínha e tudo...
O que vale é que também há por lá outros docentes, colegas com quem se pode conversar e que nem sabem onde pára a chave do seu próprio gabinete tal importância dão aos academismos (Obrigada, Sara B., pelas nossas conversas).
Já na cafetaria da faculdade trocámos impressões, rimos com os comentários uns dos outros sobre a romaria matinal e gozámos quem ainda estava a ultimar as últimas mariquices ao trabalho que deveríamos entregar às 4. Pelo meio, houve quem não tivesse problema nenhum em afirmar que tinha dado os textos do tal trabalho a resumir a uns universitários (mediante pagamento claro) ou o trabalho completo a fazer ao marido (e pelo qual obteve 19 valores)...
O meu primeiro pensamento não foi 'como é que eu não me lembrei disso?', foi só 'que gente interessante com quem vou concorrer...' É que o main issue neste estágio todo foi mesmo a questão do TEMPO, esse maldito. Tivéramos nós mais tempo para fazer cada um dos trabalhos e decerto teríamos feito melhor... E quem 'dá trabalhos a fazer' fica com o dobro do tempo para fazer outro e isso não é justo para com quem, depois, concorre em igualdade de circunstâncias...
Só vos digo... vão chegar a Professores Titulares num instante!
Eu cá prefiro que me deêm 10 e 11 turmas sem cargos adicionais nenhuns (que é o que dá pontos) porque a razão de ser de eu ir todos os dias para a escola são mesmo os miúdos...
;)
Ah, pois, eu ´"só" tive 17 mas fui EU que fiz o trabalho e nem sabem o que me custou ler aqueles textos todos. Também vos digo outra coisa (ai que agora é que viro santinha!!!) a cadeira pode ter sido mal organizada, a docente pode ter sido difícil de aturar, os textos podem até ter sido demais mas se o trabalho não fosse estruturado como foi provavelmente eu não os teria lido e, lá pelo meio, havia alguns que nos obrigavam a reflexões interessantes. Sou estupidamente certinha...