Ainda não contabilizei as horas que perdi (literalmente) em reuniões no final deste primeiro período, a discutir "o sexo dos anjos" e a produzir papel, papel, papel. Ele é balanço de planos de acompanhamento, ele é elaboração de planos de recuperação, ele é relatórios de projecto curricular de turmas, ele é relatórios de planificações não cumpridas, ele é relatórios de actividades desenvolvidas, ele é sínteses descritivas individuais de cada um dos meus 166 alunos... Se ao menos eu conseguisse ver resultados da aplicação prática de tanto papel não ficava tão esmorecida...
TRÊS HORAS vezes CINCO reuniões e tive muita sorte! Sorte, porque a 3 turmas eu lecciono duas disciplinas diferentes e, por isso, 'arrumei' tudo duma vez nessas 3 reuniões (era pior se leccionasse as duas disciplinas em turmas diferentes pois assim 'papava' MAIS 3 reuniões...). Mesmo assim sobrou-me a noite do dia 23 para fazer compras e embrulhos e só vos digo que o IKEA, a FNAC, a Decatlon e afins têm muito mais graça entre as 11 e a meia noite! lolol
Este ano tive a "novidade" de ter de justificar TODAS as negativas que dei. Para quem não sabe, até agora, cada professor só tinha necessidade de entregar um relatório justificativo das negativas que dava se por alguma razão desse um nível 1 ou, nalguma turma, desse 50% ou mais de negativas.
Esta novidade de ter de justificar todas (mesmo que se agrupem os alunos, cujas razões para terem negativa foram comuns, para facilitar tarefa) é, com toda a certeza, uma estratégia a ver se deixamos de dar negativas... Sei lá, de nos porem a pensar "Ah e tal vou dar negativa a este e depois tenho de fazer um relatório de competências não adquiridas e explicar porque cada um não as adquiriu?! Acho que não me vou dar a esse trabalho..."
Mas pronto, Senhora Ministra, eu vinha só dizer-lhe que sou um caso crónico. É que tenho esta ideia parva de só avaliar positivamente os alunos que têm aproveitamento e não há quem me consiga tirar isto da cabeça!!!
Serei também eu um caso de Necessidades Educativas Especiais?! Vejam lá se também têm de elaborar para mim algum Plano de Acompanhamento, algum Plano de Recuperação, algum Plano Educativo Individual, algumas Adaptações Curriculares, algum Currículo Alternativo ou Próprio, ou mesmo, quem sabe, sujeitar-me a uma avaliaçãozinha psicológica ou a uma C.I.F.