Um pouco a reboque do Dia Internacional da Biblioteca Escolar, referido nos últimos dias nas notícias lá surgem as estatistícas portuguesas que lemos pouco, que os homens preferem os jornais que as mulheres são quem mais lê, blá, blá, blá...
Como consequência destes resultados lá o estado dispende o que lhe apetece e tenta encher o olho ao povo, mostrando serviço feito e apresentando inovadoras estratégias... Falo do
Plano Nacional de Leitura, pois claro.
O plano Nacional de Leitura tem como objectivo central elevar os níveis de literacia dos portugueses e colocar o país a par dos nossos parceiros europeus. É uma iniciativa do Governo, da responsabilidade do Ministério da Educação, em articulação com o Ministério da Cultura e o Gabinete do Ministro dos Assuntos Parlamentares, sendo assumido como uma prioridade política.
Destina-se a criar condições para que os portugueses possam alcançar níveis de leitura em que se sintam plenamente aptos a lidar com a palavra escrita, em qualquer circunstância da vida, possam interpretar a informação disponibilizada pela comunicação social, aceder aos conhecimentos da Ciência e desfrutar as grandes obras da Literatura. (blá, blá, blá...).
As palavras não são minhas, são extraídas da apresentação do projecto... E isto está tudo muito certo... ou, pelo menos, à primeira vista, parece.
Onde eu realmente queria chegar com este post era a um exemplo muito prático:
Um dos livros que eu mais gostei de ler chama-se
"Pillars of the Earth", dum senhor chamado
Ken Follett. É uma ficção histórica que se centra no século XII, em Inglaterra, onde um pedreiro persegue o sonho de construir uma catedral gótica, digna de tocar os céus e acompanha a vida na aldeia de Kingsbridge, dos seus aldeões, do prior, das lutas pelo poder, etc.
A versão original deste livro custa 4,5£ na amazon.uk.; 11,99$ na amazon.com e na fnac poderá ser adquirido por 10,69€. O que eu não consigo compreender é como é que traduzem este livro para português, editam-no em dois volumes que juntos ascendem à quantia de 40,50€ e esperam que os portugueses leiam mais?
É só um exemplo, claro, mas podia dar-vos mais cem.
Pois sim... é mesmo com Planos Nacionais de Leitura que 'vamos lá'...
PS - Só queria acrescentar que o inglês 'que tenho'
é o que aprendi na escola até ao 11º ano.